FILOSOFIAS DE TANTO NINGUÉM

"ORIGENS"

Não se trata de um trabalho antropológico mas é um mergulho na memória social através dos espaços urbanos, espaços da arte e também personagens ... Tudo acontece em São Paulo. Esta afirmação calcada em Mário de Andrade se ajusta e reforça o caráter particular deste trabalho.
Particular mas universal já que falamos de uma metrópole tropical.
As cenas da cidade que aqui estão presentes em 2 grupos se organizam em:
1. Acervo ou Origens (arcanos) propriamente ditas e
2. Releituras e temas como praças e esculturas.....
As fotografias de ensaios de arte contém documentos de montagens teatrais, fotografias de filmes e também retratos de personalidades das artes plásticas e arquitetura. Retratos completam o conjunto de imagens. Textos, textos, textos.......
Fórmula, a forma pode ser a interrupção da Criação e como tal não é necessária, o espaço é pluridimensional. Pontos, planos, espaço e tempo se relacionam sempre.

As Mãos e os ofícios, a ferramenta e o gesto.

Mãos, o instrumento fundamental e para mim o que temos de melhor como ferramenta. Mãos que sofrem deformações no trabalho onde o esforço é repetitivo. Mãos que modelam, fiam, tecem, pintam, falam, tocam.
A criação de ferramentas mostra que as mãos sempre foram o alvo.
Assim a procura que o projeto coloca mostra sempre o homem e sua continua necessidade de intercambio, manifestação, comunicação. Informação.
Mas fundamental e básico é o homem, suas mãos, as ferramentas que utiliza e cria para realizar suas necessidades, sua cultura.
Quando as mudanças ainda não tinham a velocidade de bits e bytes, algumas atividades já apresentavam sintomas de serem substituidas produzindo a aparente troca de trabalho, técnica e linguagem por tecnologia.
Vejo que 20 anos se passaram e a globalização ateou fogo no processo e o que eram transformações se tornaram obrigações.
Percebo também que as vantagens da tecnologia trouxeram junto "caixas pretas".
A legitimidade de técnicas e linguagens porém recolocam as coisas no seu devido lugar. E onde é este lugar, ou onde estão, ou ainda como estão para a tecnologia as linguagens e as técnicas?
A FOTOGRAFIA já foi dito ser o primeiro instrumento digital, com seu preto no branco inaugurou o que hoje são (0,1) bit. Porém a legitimidade técnica e instrumental da linguagem da FOTOGRAFIA, é ainda anterior, é do tempo da criação ou descrição dos princípios da camera escura. Pode portanto se afirmar que os aperfeiçoamentos tecnológicos nos equipamentos e a utilização de novos suportes para registrar as imagens e fixa-las, não altera a performance do Fotógrafo, que como um passante vivaz percebe valores e transformações na paisagem, na vida e no trabalho do homem.
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